27 de maio de 2014
Tom,
Faltam seis dias pra te ter conosco. Ando muito ansiosa. Sei
que quando estiveres aqui não terei palavras pra descrever o momento, então
quero aproveitar esse sentimento de agora. Vou começar pela escolha de seu nome.
Digo às pessoas que queria um nome curto e significativo. E só. Não curti me
explicar diante da polêmica causada pela escolha de seu nome.
Sua mãe é bem polêmica, se acostume. Mas na verdade, pra
mim, tem um sentido enorme, expansivo. Um tom a mais, uma mudança, uma nova
cor, nova melodia. Foi isso que minha vida ganhou quando ouvi pela primeira vez
seus batimentos cardíacos. Não podia ser diferente. Não podia escolher outro
nome.
Não espere escolhas comuns vindas de seu pai e eu. E nós
esperamos que você curta essa irreverência. O mundo é legal e pode ser bem
melhor se dermos uma pequena ajuda pra isso. Como por exemplo, se escolhermos
amigos leais, artes variadas, músicas que inspirem, momentos que acrescentem,
literatura, gargalhadas, etc. Serás desse mundo, não apenas meu e de seu pai.
Terás muito que explorar. Prefira ser do bem, mas não um conformista. Nem tudo
são flores, mas nem ligue. A vivência de uma vida interessante vale mais que a “certezas”
por aqui impostas. Não precisa “ser teso”.
Não sei quais são as escolhas certas. Não poderei te ajudar
nisso. Posso te ajudar a ter coragem de viver. Posso recuar quando sentir
insegurança, mas se perceber que é o que quer, te incentivo.
Posso querer mil coisas pra ti. Elas não interessam muito
agora. Pois o que quero mais é te ver livre, aberto, sorrindo, valorizando o
essencial, abraçando, argumentando...chega!
Veremos com o que vais chegar de teu. Meu filho, desde já,
seja bem-vindo.
Já és imensamente amado por tantos.
Nos vemos em breve.