terça-feira, 2 de junho de 2015


Tom,

Há um bom tempo tenho tentado te escrever algo diante das sensações e reflexões que tenho tido desde que você nasceu um ano atrás. Mas não consigo. Não consigo porque, com sua chegada, foi-se embora minha eloquência, minha coerência. Busquei-as por um tempo, me angustiei por não tê-las achado, me estranhei e depois compreendi o motivo de ter perdido esse tanto. Porque finalmente saí do ego. Graças a você. Achei que conseguiria isso com meditação, mas nem!

Você quem faz minhas palavras saírem hoje diretamente do coração. Você quem me ensina a ter uma vida mais à toa. Sim, eu dentro do meu machismo velado, antes de você, achava que "só" te cuidar era tarefa pequena. Achava que cuidar de nossa casa era pouco, diante do que me era cobrado socialmente. Eu antes tão sabida, sensata e resolvida, descubro um universo onde o tédio não tem vez, onde a coerência faz-se desnecessária. O que pude fazer? Me render ao que você me trouxe e me trará. Me render à vida sem datas ou relógios, ao seu tempo e não ao meu, ao cuidado destinado ao nosso lar feito com prazer, porque lá é uma delícia de explorar e porque é onde quero estar até quando der. Só isso. Sem espera, nem ansiedades.

Maternar você, e agora seu irmão, sem dúvida foi a abertura pra uma Rebecca nova, que se buscou muito em livros e títulos e rótulos, mas que agora faz tudo isso por puro prazer em partilhar, principalmente com vocês que são minha missão. Essa aqui é grata por perceber que tua chegada a transformou.

Um ano. Não teremos festão. Teremos outras vivências pra te incluir com intensidade. Temos a certeza em nosso coração que estaremos soltando no mundo homens de bem, com prazer e confiança no que há dentro de cada um, no tempo certo.

Enquanto isso, fica aqui colado com mainha, por favor! Feliz vida, pinguinho!

Que amor tão grande!

Tua mãe.

R.

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